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Inteligência Artificial nos trilhos: primeiros testes com IA nas ferrovias

Marco Andriola, diretor da Rumo, falou conosco sobre os testes de IA que a empresa está realizando em ferrovias. Veja como isso poderá impactar o segmento!

Você já imaginou que pudessem ser criados trilhos inteligentes que detectam problemas e previnem acidentes? Isso já está se tornando uma realidade, graças à Inteligência Artificial (IA).

Recentemente, a Rumo, uma das maiores operadoras de ferrovias do Brasil, implementou a segunda fase de um projeto inovador: a Detecção de Trilhos Quebrados (DTQ) utilizando IA.

Esse projeto é um dos pioneiros utilizando a IA nas ferrovias e, para saber mais sobre ele, entrevistamos Marco Andriola, diretor de tecnologia da Rumo. Leia, a seguir!

A implementação da IA no Projeto DTQ

Em nossa conversa, Andriola explicou que o projeto para a Detecção de Trilhos Quebrados (DTQ) integra um sistema de IA capaz de ampliar para até 98% os níveis de assertividade de identificação de problemas na via.

“Na primeira fase, iniciada em 2018, instalamos aparelhos que detectavam as condições do trilho e repassavam as informações para o Centro de Inteligência da Manutenção (CIM) em diversos pontos da malha ferroviária, o qual transmitia os detalhes em tempo real para os maquinistas, evitando os riscos de descarrilamento”, conta o executivo.

Em 2023, a Rumo começou a implementar a segunda fase do projeto com os recursos de IA para otimizar a detecção de falhas.

No dizer de Andriola: “Em apenas dois meses, notamos o aumento de 6,25% de precisão e a diminuição de alarmes falsos para trilhos quebrados, o que impede parada de trens e velocidades reduzidas, contribuindo com a eficiência das operações”.

Desafios na primeira fase do projeto

Andriola comentou que, como todo projeto piloto, o principal desafio da primeira fase do DTQ foram os testes e a viabilidade aos sistemas de comunicação disponíveis. 

“O DTQ é um equipamento de campo instalado na via permanente que realiza a leitura da resistência elétrica dos trilhos compreendidos na sua região de cobertura”, diz Andriola.

Sendo assim, “a escolha do princípio de funcionamento por trás do equipamento ser a resistência elétrica dos trilhos se deu após uma avaliação de outros princípios que acabaram desempenhando pior nas condições de uso determinadas pela malha, além da resistividade elétrica dos trilhos ter apresentado melhor reprodutibilidade entre diferentes amostras do que outra propriedades testadas”, complementa.

O poder da IA na identificação de fraturas nos trilhos

A integração da IA ao sistema DTQ tem um papel complementar essencial. 

"Hoje, quando falamos de fraturas, nosso projeto captura 95% delas. A IA opera nos 5% que o DTQ convencional não detecta", explica Andriola. 

De acordo com o executivo, a capacidade da IA de analisar dados e identificar padrões permite uma detecção mais precisa de fraturas que poderiam passar despercebidas pelos métodos tradicionais.

Resultados alcançados com a implementação da IA

Os resultados obtidos com a implementação da IA no DTQ são impressionantes. 

"A implementação dos recursos de IA otimizou em 98% a detecção de trilhos quebrados”, comemora Andriola.

Ele também conta que: “Após a conclusão dos testes, 60% dos aparelhos DTQs instalados na malha da Rumo receberam a atualização e entraram em fase de operação assistida”.

Outro benefício significativo foi a redução de alarmes falsos, o que diminuiu as paradas desnecessárias e as restrições de velocidade.

Futuras oportunidades para a IA no setor ferroviário

Andriola é enfático ao afirmar que a Inteligência Artificial é uma transformação contínua no setor ferroviário. 

"Não falamos mais do futuro, mas sim do agora e das transformações que estamos acompanhando", afirma o representante da Rumo.

Ele destaca a implementação do sistema de automação Positive Train Control (PTC 2.0), que conecta os trens a um centro de controle operacional. Assim, é possibilitada uma circulação eficiente e coordenada, aumentando a capacidade de transporte e a segurança.

Além do PTC 2.0, outra inovação mencionada por Andriola são as Passagens em Nível Digitais (PNDs)

"As PNDs têm apresentado uma redução de acidentes em cruzamentos no Paraná em cerca de 90%", afirma. 

Esse sistema utiliza sensores e sinalização inteligentes para alertar os usuários sobre a aproximação de trens. Trata-se de uma combinação de IA, visão computacional e tecnologia doppler.

A colaboração contínua entre tecnologia e infraestrutura promete moldar um futuro onde a IA previne acidentes e otimiza cada aspecto das operações ferroviárias.

Outra inovação do setor ferroviário é a aplicação da Internet das Coisas (IoT). Leia agora o nosso artigo que explica como essa tecnologia contribui para as inspeções de ferrovias!

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