Utilizar dados é atualmente um diferencial e até um requisito para os mais diversos setores profissionais. Para o setor de comércio exterior, o uso dessas informações pode significar mais agilidade e eficiência e, consequentemente, maiores lucros.
Para falar do tema, a Intermodal 2023 contou com a apresentação intitulada “Gestão de operações de Comex com base de dados”, realizada por Leonardo Schmidt, CEO da Interfreight Logistics.
Continue conosco para conferir mais do que o especialista apontou sobre o assunto!
Uso de dados como novo fator chave da economia global
Schmidt começou sua apresentação falando sobre sua trajetória no setor logístico e atualmente à frente da Interfreight, destacando as inovações ComexFlix e Interfreight Plus, que auxiliam na gestão de comércio exterior para os clientes.
“Toda empresa que nasceu pequena evolui em setores. O primeiro setor de toda a empresa é a operação. Se você vende pão, você irá fabricar o pão para entregar ao cliente. E se você faz despacho aduaneiro, você vai gerar esse serviço, independente do tamanho”, refletiu ele.
O especialista prosseguiu: “E depois surgem os departamentos administrativo, financeiro, comercial, para você crescer e expandir. E então começam a surgir os departamentos de suporte como RH, marketing, compras, suprimentos. E lá na frente essa empresa começa a querer importar ou exportar, e é assim que surge o departamento de comércio exterior.”
Falando sobre o uso dos dados no segmento, Schmidt elencou alguns motivos pelos quais acredita que isso fará toda a diferença no Comex. Ele detalhou:
“Um dos motivos é o comércio exterior sair da zona operacional e passar pela zona estratégica, e esse é o primeiro motivo para você gerir operações de Comex com base em dados. O segundo, eu posso explicar trazendo o conceito de que a economia busca utilizar recursos limitados onde existe uma demanda limitada.”
Citando exemplos históricos de mercadorias transportadas por rotas internacionais, o palestrante afirmou que, atualmente, os dados são a principal fonte de conhecimento e poderio administrativo quando falamos das relações de comércio.
“Na era digital o que comanda a nossa economia atualmente são os dados. Quem sabe extrair dados de forma adequada, manipulá-los de forma eficiente e transformar esses dados criando soluções e algo relevante para a sociedade é quem produz um capital de dados”, observou ele.
Planejamento e uso de indicadores para a evolução do setor
Usando o exemplo da Uber, o CEO da Interfreight destacou que o aplicativo utiliza a conexão de dados de pessoas que buscam um veículo para transporte com pessoas que estão dispostas a transportá-las.
Ele afirmou que isso começa pelo conjunto de dados extraídos, estruturados e transformados em solução. Schmidt explicou mais:
“Você precisa de processos bem definidos na sua empresa, de indicadores e metas claros, como os famosos KPIs e SLAs, e de ferramentas adequadas, pois estamos falando de extração, manipulação e transformação dos dados em soluções.”
De acordo com ele, é preciso que as empresas se atentem para diferentes partes que envolvem o processo de importação e exportação, buscando assim fazer com que as informações extraídas pelas ferramentas sejam utilizadas da melhor forma.
“O planejamento aduaneiro tem que ser bem feito porque você negocia o preço, o Incoterm e local, assim como forma e prazo de pagamento e os documentos que o fornecedor precisa integrar para você liberar a carga”, analisou.
Ele acrescentou: “Hoje em dia, como o planejamento aduaneiro é feito com a carga pronta na maioria das operações, acontecem problemas de documentos para liberar a carga só serem exigidos do exportador com ela pronta, e aí tudo o que acontece depois é tempo extra e prejuízo.”
Análise de tempo, custos e riscos como diferencial no Comex
Na sequência de sua apresentação, o representante da Interfreight comentou que é preciso analisar três pilares para atingir a excelência no Comex: tempo, custos e riscos.
Como exemplo, ele abordou a questão do planejamento financeiro, que envolve o que é a mercadoria, como será transportada, como está o câmbio, os serviços envolvidos e o tempo utilizado em cada etapa da operação.
“Como você vai checar os resultados se não tiver indicadores bem definidos? E hoje é comum escutarmos sobre KPI, e quando ouvimos sigla em inglês achamos que é um bicho de sete cabeças, mas não é assim. O KPI é um indicador, como quando você quer saber se seu filho está com febre e mede a temperatura. Para saber se está com febre, você verá se está acima de 37,5 graus, e o SLA também é isso, simples assim”, comentou o palestrante.
Para Schmidt, ter uma equipe e colaboradores alinhados com essa estratégia de dados é a base para que as operações sejam feitas de forma correta, assim como garantir que cada parte do processo esteja de acordo com o planejamento.
“Você precisa definir bem quem são seus parceiros contratados e sua equipe interna para atender ao que você precisa dentro do Comex, e você precisa mapear bem o propósito da sua operação. E por último, para gerir operações de Comex com base de dados você precisa de processos bem definidos, indicadores e metas, e ferramentas adequadas”, ressaltou ele.
O especialista finalizou destacando uma das ferramentas que utiliza e que, em sua visão, podem auxiliar no início dessa jornada do uso de dados no comércio exterior.
“Uma das ferramentas que eu amo é o Power BI, que pode ser conectado a um banco de dados que se atualiza de forma automática e com ele você tem dados atualizados e estruturados de forma dinâmica com filtros, gráficos, e etc, para você gerir suas operações com base nesses dados”, concluiu.
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