Formado por alguns dos principais portos e corredores de distribuição situados nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o chamado Arco Norte tem se consolidado como a segunda principal via logística do país.
Com a vantagem de estar situado de maneira mais próxima às Américas Central e do Norte, assim como à Europa, o plano estratégico é especialmente importante para o setor agropecuário.
Como exemplo, o Instituto Mato-grossense de Agropecuária prevê que ainda neste ano de 2023 o Arco Norte será responsável pelo escoamento de 50% da produção dos grãos do Estado, o maior produtor agrícola do Brasil.
Para entendermos mais sobre o que é e como funciona o Arco Norte, assim como suas possibilidades para o agro, conversamos com Herculano Ramos Caiado, consultor comercial da Triunfo Logística.
Confira o que ele nos contou sobre o tema abaixo!
Como funciona a infraestrutura logística do Arco Norte?
Falando sobre o plano logístico, caiado comenta que "Trata-se de uma linha imaginária traçada no Paralelo 16º Sul, cortando o mapa do Brasil de Leste a Oeste, passando próximos às cidades de Ilhéus (BA) Brasília (DF) e Cuiabá (MT), complementada por outro traçado em forma de arco, que liga os terminais hidroviários de Porto Velho (RO) e os portos de Santana (AP), Santarém e Barcarena (PA), Itaqui (MA), Salvador e Ilhéus (BA)."
O especialista prossegue, destacando algumas especificações que envolvem o Arco Norte, incluindo alguns benefícios que o projeto oferece, em especial para o setor agropecuário. Ele se aprofunda:
"Este vetor logístico é formado por importantes corredores de exportação, utilizando rodovias, ferrovia e hidrovias e portos fluviais e marítimos existentes na metade Norte do país, que são utilizados para o escoamento da produção, aproximando os terminais de embarque de grandes áreas produtoras de grãos, com custo logístico mais reduzidos e maior competitividade que os portos do Sul e Sudeste."
Conheça os principais corredores de exportação do Arco Norte
Caiado também elencou os principais pontos de distribuição logística que fazem parte do Arco Norte. Entre eles, o especialista destacou os seguintes:
Corredor de exportação 1 – Rodohidroviário
Originação: Oeste do Mato Grosso
Rota/Destino: BR-364 – Porto Velho – Rio Madeira – Portos de Itacoatiara (AM).
Corredor de exportação 2 – Rodohidroviário
Originação: Centro-Norte do Mato Grosso
Rota/Destino: BR-163 – Miritituba (PA) – Rios Tapajós /Amazonas/Pará- Portos de Santarém e Barcarena (PA) e Santana (AP).
Corredor de exportação 3 – Rodoferroviário
Originação: Vale do Araguaia (MT), Oeste do Marahão e Tocantins
Rota/Destino: BR-158 e BR-155 (até Conceição do Araguaia (PA) – Rodovia Estadual até Palmeirante (TO) – Ferrovia Norte-Sul –EFC – Estrada de Ferro Carajás – Porto do Itaqui (MA).
Corredor de exportação 4 – Rodoviário, com pequena participação da ferrovia
Originação: Sul do maranhão, Sudeste do Piauí
Rota/Destino: BR-135 – Porto do Itaqui (MA)
Corredor de exportação 5 - Rodoviário
Originação: Oeste da Bahia
Rota/Destino: BR-242 – Porto de Aratu (BA)
A participação do Arco Norte na exportação agrícola
Explicando mais sobre a vital importância do plano estratégico para a exportação da produção agrícola, Caiado citou alguns dados que demonstram a importante estatura do Arco Norte para o segmento.
O Arco Norte vem se consolidando e ampliando os volumes embarcados a cada ano. Até o fim de outubro de 2022 foram escoadas 44,7 milhões de toneladas de soja, farelo de soja e milho pelos portos da região, o que representa 36,20% da exportação nacional desses produtos, enquanto os portos do Sul e Sudeste exportaram 78,6 MT, representando 63,80% da totalidade", explica nosso entrevistado.
O potencial crescimento do Arco Norte para exportações
Também questionamos ao representante da Triunfo Logística sobre como o plano pode seguir crescendo, e quais resultados podemos esperar conforme sua atuação avançar juntamente com a atividade logística brasileira.
"O Arco Norte tem uma capacidade portuária instalada da ordem de 64 milhões de toneladas para embarque de granéis agrícolas. Deve fechar o ano de 2022 com exportações próximas de 50 milhões de toneladas. A ampliação da produção dos Estados do MT, GO, PA, RO e do MATOPIBA induzem o crescimento da capacidade dos respectivos corredores de exportação, o que deve ocorrer em curto espaço de tempo", observa ele.
Caiado complementa: "A tendência é que a região esteja apta a recepcionar e expedir, para o mercado internacional, em 5 anos, 50% da totalidade dos granéis agrícolas (soja e milho) exportados pelo país, registrando que da safra agrícola 2021/2022, aproximadamente 135 milhões de toneladas serão destinadas a alimentar pessoas em 185 países que mantém parceria comercial com o Brasil."
Como vimos, o Arco Norte já é uma realidade de extrema importância para as exportações realizadas pelo agro, uma das áreas mais vitais do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
Conforme os investimentos e as atividades do plano se intensificarem, a tendência é que ambos setores, logística e agropecuária, ganhem ainda mais dessa benéfica relação sustentada pelo avanço do Arco Norte.