A logística farmacêutica é uma área bastante complexa e que demanda muitos cuidados. Isso porque o transporte de medicamentos deve ser feito de forma cautelosa, para evitar que eles percam os seus princípios ativos necessários para o tratamento das doenças, por exemplo.
Buscando compreender mais sobre essa área da logística, conversamos com a Lucy Maia, que é head of Pharma & Healthcare da DMS Logistics. A executiva nos trouxe informações relevantes sobre o tema.
Veja mais a seguir!
A importância da logística farmacêutica
A logística farmacêutica é uma área que engloba todo o planejamento, a implementação, o controle de fluxo e a distribuição de medicamentos.
Na visão de Maia, a área tem relevância por causar consequências diretas para a saúde das pessoas. Isso porque, se um remédio não for transportado ou armazenado corretamente, poderá perder a sua eficácia.
Dessa forma, um paciente que comprar esse item em uma farmácia pode julgar estar fazendo o uso de um bom medicamento, mas, na prática, não estar tratando a sua enfermidade.
Para a saúde da população isso é bastante grave e é por isso que a logística farmacêutica é tão relevante.
Especificidades da logística farmacêutica
Tendo em vista que a logística farmacêutica tem muitas particularidades, perguntamos a Maia quais são as principais especificidades do setor.
A representante da DMS Logistics comentou que: “Na área da logística farmacêutica e hospitalar, as principais especificidades são o controle térmico (climatizado, refrigerado ou congelado), os riscos de contaminação cruzada e a rastreabilidade de cargas, devido ao alto valor agregado e risco de mercado paralelo”.
De tal maneira, os responsáveis por esse departamento em laboratórios, hospitais, farmácias e outros estabelecimentos de saúde devem ficar atentos sobre como é feito o transporte, a armazenagem e o descarte dos medicamentos.
RDC 304/2019: a legislação do transporte de medicamentos
Em 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a Resolução RDC nº304/2019. A legislação dispõe sobre as boas práticas de distribuição, armazenagem e transporte de medicamentos.
Para Maia, um dos pontos mais relevantes dessa regulamentação é: “a corresponsabilidade, que passa a ser de todos os envolvidos na cadeia de armazenagem e distribuição”.
A especialista também destaca “a necessidade de controle e monitoramento de temperatura para cargas na faixa de temperatura entre +15ºC e +25ºC”.
Outro ponto por ela evidenciado são os “registros de qualificação térmica, para ambientes, veículos e embalagens”.
Ações que as transportadoras podem adotar para melhorar a logística farmacêutica
Para cumprir a legislação e também proporcionar uma boa experiência aos clientes, as empresas do setor precisam adotar boas práticas na logística farmacêutica.
Entre outras coisas, de acordo com Maia, isso pode ser feito com as empresas “oferecendo sistemas robustos de controle e monitoramento térmico em seus veículos, além manter em boa ordem manutenções preventivas e seus registros”.
Ainda segundo a especialista, é imprescindível contar com mão de obra qualificada. Em suas palavras, a empresa deve: “Possuir um quadro de profissionais treinados nos procedimentos de boas práticas, para minimizar exposição ao risco durante o manuseio dos medicamentos”.
Para que as transportadoras possam se adequar às exigências da logística farmacêutica, investir em novas tecnologias é fundamental.
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