Ações de sustentabilidade e práticas para tornar a logística menos nociva ao meio ambiente são alguns dos principais desafios do setor hoje.
Diante disso, a Intermodal 2023 contou com uma palestra ministrada por Ricardo Ramos, gerente nacional de transporte do Carrefour Brasil, que falou das ações realizadas pela empresa para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.
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Estratégias de base para maior sustentabilidade logística
Ramos começou falando sobre algumas ações do Grupo Carrefour pela sustentabilidade, como o Act for Food, programa de responsabilidade ambiental para incentivar o consumo de alimentos mais saudáveis e seguros a preços justos.
“A estratégia em si não deve e não pode ser complexa. Então nessa estratégia temos que estabelecer os caminhos e os objetivos claros de onde queremos chegar. E uma vez que ela esteja estabelecida, vamos para o plano de ação”, informou.
O especialista relatou que a agenda sustentável traz, entre outros benefícios, vantagens competitivas e maior rentabilidade, englobando diferentes aspectos que são essenciais na atuação de mercado das grandes empresas hoje.
“É determinante para essa geração entender qual é a origem da matéria-prima, se está sendo usada madeira de reflorestamento, se a roupa foi produzida em condições ou não análogas à escravidão, e etc. E esse público está disposto a pagar mais se necessário por uma questão de propósito”, reforçou.
GNV e combustíveis alternativos como opção no transporte
Para Ramos, estar adequado a tais fatores é também determinante para investimentos, já que grandes fundos internacionais estão exigindo que as companhias tenham ações de sustentabilidade atestadas e contínuas.
Abordando o tema da descarbonização pelo Grupo Carrefour Brasil, o gerente da empresa afirmou que a rede realiza cerca de 185 mil viagens mensais, o que representa mais de 32 milhões de quilômetros percorridos nas mais de 600 lojas do grupo presentes em 21 estados do Brasil.
“Isso gera uma emissão de 34 mil toneladas de CO2, e para neutralizá-la seriam necessárias cerca de 2 milhões de árvores plantadas. E sim, temos barreiras de infraestrutura, e por isso introduzir por exemplo veículos a gás na operação”, disse.
Ações dos setores público e privado pela descarbonização
Outro ponto lembrado por ele foram as questões geopolíticas, que envolvem situações como a guerra entre Rússia e Ucrânia, que reduziu a disponibilidade de gás para uso na Europa e, por consequência, no restante do mundo.
“É mais fácil, do ponto de vista econômico, abrir uma empresa de distribuição em Minas Gerais do que no centro de São Paulo. Apesar de estar a mais de 300 km de distância, é mais barato fazer a distribuição de Minas do que dentro de São Paulo. E é uma barreira, pois cada empresa sabe onde o calo pega”, explicou.
Para ele, tais situações denotam a importância de que o poder público, em conjunto com o setor privado, busquem formas de tornar essas ações mais fáceis para que as distâncias de logística sejam mais curtas e, emitindo assim menos CO2.
“Quando falamos de redução das emissões, temos um foco muito grande em eficiência e inovação. E temos um programa na companhia que se chama SEO, que tem como principal foco o desenvolvimento das pessoas através de formação, treinamentos e metodologias que geram uma cultura de melhoria contínua”, afirmou.
As ações do Grupo Carrefour pela redução das emissões de CO2
De acordo com o gerente do Carrefour Brasil, a empresa também está investindo robustamente na neutralização da emissão dos gases pela contratação de empresas parceiras, como a utilização de cabotagem de São Paulo a Manaus, assim como o uso do modal ferroviário entre São Paulo e Rio de Janeiro.
“É uma economia nula do ponto de vista financeiro, mas do ponto de vista sustentável, tivemos uma redução de cerca de 70% na redução de emissão de CO2”, celebrou ele.
Outros aspectos citados por ele foram o uso de novas matrizes energéticas, a melhor exploração dos sistemas de roteirização, o uso do rodotrem e revisão da malha logística utilizada pelo grupo para menos emissões de gases.
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