Questões relativas ao frete são recorrentes no mundo do varejo, afinal otimizar a experiência de compra do cliente e também todo o processo logístico são desafios constantes. Modalidades como click & collect ou frete fixo podem ser maneiras eficientes de reduzir o frete para o cliente e minimizar desistências de compra, por exemplo. Este foi o tema central da abertura do Intermodal Digital Series - Tech, Varejo e E-commerce nesta terça-feira, 19 de outubro.
O evento, que propõe um debate 100% online com o objetivo de detalhar os desafios e oportunidades com os quais os marketplaces e varejistas do país passaram a se deparar no dia a dia da realidade digital, e de entender como a logística pode atender o novo perfil de compra do consumidor virtual, trouxe dois executivos do setor para a discussão sobre o assunto.
Para o CEO da Frete Rápido, plataforma especializada no desenvolvimento de soluções para a gestão de fretes, Mário Rodrigues, quando se fala em e-commerce e em varejo, o problema não é vender e sim entregar. “O problema nunca foi vender, mas todo o processo de entrega dos produtos, que envolve altos custos logísticos, que precisam ser considerados. Todo mundo quer comprar com valores e fretes baixos, e sabemos que esses são dois fatores que impactam muito a decisão do consumidor, então estamos sempre buscando alternativas para chegar a esse equilíbrio da melhor forma possível”, disse.
Quem também participou do debate promovido pela Intermodal (plataforma de negócios dos setores logístico, intralogístico, de transporte de cargas e comércio exterior), foi o CEO da Cargon, startup que atua como operadora logística digital, Denny Mews. Para ele, há outra questão que também aumenta o desafio de alcançar o desejado equilíbrio nos custos: a falta de padronização do setor.
“Cada transportadora segue seu próprio modelo de precificação, o que dificulta para a indústria e para as empresas que querem vender seus produtos. Por isso, tentamos sempre padronizar ao máximo os processos, com o intuito de facilitar o entendimento do fabricante e do consumidor com relação ao que está sendo cobrado. Por outro lado, vivemos um momento em que todos olham com mais atenção para a logística e para todas as possibilidades que o segmento oferece. Agora é a nossa vez. Por isso, é fundamental nos atualizarmos e nos digitalizarmos. Estamos caminhando nesta direção”, afirmou.
Ainda neste sentido, Mews reforçou: “Não adianta falarmos em digitalização se toda a cadeia do setor não estiver conectada e integrada. Enquanto isso não acontecer, não avançaremos muito. Precisamos estar conectados à indústria e aos sistemas delas, de forma a antecipar demandas, otimizar processos e diminuir custos logísticos, como o frete. Dessa maneira, conseguimos ter uma previsão daquilo que vai acontecer no processo, desde a produção até a entrega final, o que é essencial. Ainda precisamos evoluir muito nisso”.
Para seguir nesta evolução, Rodrigues ressaltou a importância da tecnologia no processo. “Com o uso da tecnologia podemos entregar uma condição de frete de acordo com a interação e a real necessidade do cliente. Esse é o próximo passo de tecnologia logística para o varejo digital”, completou.
Tecnologia 5G
Ainda no âmbito da tecnologia, o diretor de indústrias digitais da IHM Stefanini, companhia voltada para o desenvolvimento de tecnologias operacionais, Gustavo Brito, trouxe outra reflexão, desta vez sobre “Soluções IOT 4G/5G para Ferrovias, Portos e Aeroportos”.
Para ele, este é um tema crucial que tem gerado enormes expectativas no setor em torno dos impactos positivos que a tecnologia 5G pode gerar aos diversos modelos de negócios do mercado. “Isso porque, com essa tecnologia, não ganharemos apenas velocidade, mas também uma maior e melhor conectividade e capacidade de transmissão de dados do setor”, pontuou.
Segundo Brito, quando se fala em ferrovias, por exemplo, não há disponibilidade de conexões o tempo todo, disponíveis geralmente perto de cidades ou grandes centros. “Neste caso, as companhias precisam encontrar alternativas, como trabalhar com tecnologia embarcada e a telemetria. Mas, isso só funciona até certo ponto. A falta de conectividade no percurso impede que se dê continuidade nas informações. Outra opção é ter tecnologia instalada nas bases das operações, que possibilita mais rastreabilidade aos ativos, mas esta também é uma solução limitada”.
Por isso que, de acordo com o executivo, a tecnologia 5G é tão aguardada pelo setor, pois viabilizará conectividade e alcance ao longo de todo o trajeto, seja ele ferroviário, rodoviário, portuário e assim por diante. “Dessa maneira, poderemos ter muito mais ativos conectados às bases de operações, o que possibilitará a criação de uma infraestrutura de dados muito melhor, com mais algoritmos, que permitam tomadas de decisões de forma mais assertiva e eficaz. Consequentemente, passaremos a ter também uma capacidade muito maior de melhorar a experiência de consumo do cliente final”, finalizou.
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