A busca de soluções para reduzir as emissões de carbono e a mudança climática está movimentando o setor de transporte e logística a encontrar caminhos inovadores e sustentáveis. ''É um grande desafio que o setor está enfrentando'', afirma Martin von Simson, sócio-gerente do Guia Marítimo, moderador da plenária. Para Marcella Cunha, Diretora Executiva da ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos, o desafio é como colocar todos os operadores logísticos e como as empresas podem orientar seus clientes nessa questão e em relação às práticas de ESG. ''Estimulamos as empresas a oferecer aos clientes a melhor opção. As soluções para reduzir as emissões de carbono estão aí, não tenham medo de investir nesse ecossistema, esse mercado vem para mudar'', diz.
A executiva falou sobre a tramitação no Congresso Nacional do Projeto de Lei que visa a regulamentação do mercado de carbono no país. Esse PL visa criar um sistema de compensação de emissões de carbono, com a obrigatoriedade da compra de títulos para aqueles que ultrapassarem as cotas estabelecidas, e o direito de venda de cotas no mercado para as empresas que não atingiram o limite de cotas. Segundo ela, a expectativa é que o PL seja aprovada ainda esse ano, e com isso, o mercado de carbono esteja estabelecido num prazo de seis anos. “As empresas precisam estar preparadas, e a ABOL está acompanhando a tramitação da PL em prol dos nossos associados”, diz.
Biodisel e panéis solares
Gerente Senior de Operações na FedEx Express, Guilherme Gatti, falou sobre o plano global da empresa de se tornar neutra em carbono até 2040. ''A FedEx vem renovando a frota por biodiesel e elétrico, e utilizando energia através de painéis solares”, diz. São 100 milhões de dólares de investimento na área de pesquisa da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, para o desenvolvimento de novas tecnologias para capturar e armazenar carbono. Já o CEO Brasil e Argentina da DB Schenker, Luís Marques, falou sobre os investimentos na compra de biocombustível para abastecer as empresas parceiras de fretamento nos modais aéreo e marítimo. “Em 2023, adquirimos 300 mil toneladas de biocombustível para esse objetivo. Essa questão da descarbonização é uma responsabilidade individual e coletiva, não tem escolha”, diz.
Para Marcos Azevedo, Head de Sustentabilidade da Bravo, operador logístico brasileiro, especializado na cadeia do agronegócio, a substituição por novos caminhões mais econômicos, movidos a eletricidade, biodiesel e hidrogênio, é uma grande promessa do futuro. Uma das grandes apostas da empresa é o abastecimento da frota utilizando o biometano, que ainda tem algumas barreiras, como o aumento do número de pontos de abastecimento, por exemplo. '' Temos que começar a experimentar novas opções que já existem em outros países, como O HVO (tipo de diesel verde), um combustível que consegue 90% de redução e que já está na Califórnia (EUA). É importante que a gente tome iniciativas, precisamos começar a desenvolver novas possibilidades. O mercado está interessado em buscar soluções'', diz.
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