A Zona Franca de Manaus pode ser definida como um modelo de desenvolvimento econômico com o objetivo de viabilizar a base econômica na região amazônica. Além disso, busca promover a melhor integração produtiva e social dessa localidade.
A cabotagem pode contribuir muito nesse sentido, tendo em vista que é um importante meio de abastecimento para esse tipo de região.
Sobre esse tema, conversamos com o empresário Edgar Rufino, que é diretor administrativo da PRD, empresa que desenvolve planos de negócios em trading, carga aérea e marítima.
Siga conosco para acompanhar as explicações e opiniões desse especialista sobre a cabotagem na distribuição de produtos da Zona Franca de Manaus.
Entenda o que é a cabotagem e como esse processo funciona
Rufino define a cabotagem como a movimentação de cargas nacionais ao longo da costa, entre portos brasileiros.
Para ele, esse é um importante modal para abastecimento de regiões e escoamento de produtos, atendendo, por exemplo, as cargas granéis, sólidas e líquidas, e o transporte de petróleo e derivados. Isso proporciona o alívio das plataformas ou movimentação de combustíveis entre regiões.
Veja o que é a Zona Franca de Manaus e quais são os seus principais produtos
Rufino explica que a principal característica da Zona Franca de Manaus é o fato de ela ser constituída por três polos econômicos: o comercial, o industrial e o agropecuário.
“O polo comercial foi criado na década de 1980 e tinha maior atividade quando a economia brasileira era muito fechada para o mercado externo. Já o polo industrial é a principal atividade da região, responsável pela maior parte dos empregos gerados e do capital movimentado. O polo agropecuário, por sua vez, atua principalmente na atividade agroindustrial e também em outros vínculos, como a comercialização de madeira, a piscicultura, entre outros”, comenta o empresário.
Sobre os produtos fabricados na Zona Franca de Manaus, Rufino aponta os principais: eletrodomésticos, veículos, televisores, celulares, motocicletas, aparelhos de som e vídeo, ar-condicionados, relógios, bicicletas, microcomputadores, entre outros.
Saiba como a cabotagem otimiza a distribuição de produtos na Zona Franca de Manaus
Na visão de Rufino, a vocação da cabotagem é atender ao transporte de produtos com origens e destinos próximos à costa, para longas distâncias. É nesse sentido que essa modalidade pode ajudar a Zona Franca de Manaus.
Porém, a adoção da movimentação pela costa ainda é pouco aproveitada em nosso país, que poderia ter uma logística mais avançada se optasse pela cabotagem.
Nas palavras de Rufino: “Apesar de possuirmos 80% da população a uma distância de até 200 km da costa e termos praticamente 8 mil km de litoral, o Brasil possui apenas 11% de sua matriz de transporte alocada na cabotagem. Se contarmos que desses 11%, mais da metade se refere à movimentação de petróleos e derivados, percebemos que há ainda uma subutilização da cabotagem para o transporte de mercadorias e abastecimento do país”.
Caso a cabotagem fosse mais usada para transportar produtos da Zona Franca de Manaus, as empresas teriam muito benefícios.
Rufino exemplifica: “Considerando toda a carga transportada por rodovias no Brasil, estima-se que 50% dessa carga poderia ser retirada das estradas, e migradas para movimentação por cabotagem, gerando uma série de benefícios para o país como a redução da quantidade de viagens de caminhões, que resultaria numa redução de 10 mil acidentes por ano, ou 29 acidentes por dia a menos no país.”
Ele complementa: “Considerando os custos das empresas embarcadoras com frete, a economia potencial anual chegaria a R$ 1,7 bilhão. Outra vantagem seria uma grande redução nas emissões de gases de efeito estufa, visto que a cabotagem emite, proporcionalmente, quatro vezes menos do que o modal rodoviário.”
O que você pensa sobre o uso da cabotagem na Zona Franca de Manaus? Concorda que essa seria uma medida vantajosa?
Existe, inclusive, um projeto chamado BR do Mar, que visa incentivar a cabotagem no Brasil. Saiba mais!