Nesse painel que aconteceu na Intermodal 2024, autoridades do setor debateram sobre temas relevantes e prioridades para a agenda logística do ano. Participam do debate André Prado, CEO da Emive, Alessandro Dessimoni, sócio da DB&Associados, Janaína Araújo, Presidente do Grupo Tora, Pedro Moreira, Presidente da Abralog, Roberto Zampini, CEO da Imediato Nexway, e Waldir Beira Junior, Presidente da Ypê.
A plenária foi conduzida pelo Presidente da Abralog – Associação Brasileira de Logística, Pedro Moreira, que abriu a sessão pedindo que cada um dos debatedores destacasse as prioridades de seus respectivos segmentos.
1. Intermodalidade
Para a Diretora-Presidente do Grupo Tora – Soluções Logísticas, Janaína Araújo, a integração entre os modais é de grande importância para se ter mais eficiência na cadeia logística. “O mercado de logística ainda continua na maioria por rodovias: 65% da carga é transportada por caminhão. O Brasil tem que passar por um processo de mudança, são poucas as empresas que oferecem uma solução completa. É preciso buscar a integração da multimodalidade”, diz. Ela destaca a renovação das ferrovias com as concessões e a importância dos operadores atuarem em conjunto. Segundo a executiva, o ambiente de insegurança jurídica no setor é muito desafiador e, dentro desse cenário, um mercado que cresceu muito foi o de autônomos em função dessa legislação, com grandes empresas contratando terceiros diretamente. “Esse modelo acredito que vai predominar. É um desafio para os grandes”, diz.
2. Automação logística
Presidente da Ypê, Waldir Beira Júnior, falou sobre o CD (Centro de Distribuição) automatizado da Ypê, destacando a eficiência operacional. A empresa trabalha com um volume de carga significativo e a logística tem grande capilaridade, já que está presente em 95% dos lares no país. Boa parte do estoque é transportado pela própria empresa, através de frota própria e de terceiros. Os produtos da marca são de baixo valor agregado e a eficiência operacional é importante porque o pequeno varejo comporta pouco estoque e confia na periodicidade da entrega. “Treinamos o sistema por seis meses e para isso foi preciso pessoas qualificadas porque, quanto mais tecnologia, mais pessoas qualificadas são necessárias. Esse processo era manual e foi para o digital, o que sem as pessoas não seria possível”, diz.
A operação 100% autônoma trouxe uma redução significativa de ineficiências operacionais, melhorando a qualidade do serviço ao cliente. Uma das vantagens do novo CD foi a redução do tempo médio de permanência do veículo para carga e descarga, por exemplo. “Hoje a empresa é referência em logística na América Latina”, diz. Para 2024, o presidente destaca as diretrizes da empresa para as práticas ESG, que, segundo ele, é cada vez mais relevante, especialmente a questão ambiental numa empresa de consumo como a Ypê, onde os produtos são 100% biodegradáveis, e o foco na eficiência operacional nas várias frentes da cadeia logística.
3. Inteligência artificial
CEO da Imediato Nexway, Roberto Zampini, também destacou a importância da IA. Segundo ele, a empresa está fazendo um trabalho intenso para ser mais funcional e reduzir a ociosidade logística. “Não adianta ter tecnologia que não é utilizada, estamos otimizando e queremos desenvolver projetos com nossos clientes no sentido de conectar a IA para o que esse cliente realmente precisa”.
Já segundo o Sócio Diretor da D&B Associados, Alessandro Dessimon, é importante observar como o uso da IA está sendo utilizado no varejo e a maneira como os PDV estão se adaptando às novas tecnologias. “A maneira de vender impacta não só a logística, mas a cadeia como um todo”, analisa. O uso da IA também foi destacado pelo CEO da Emive Segurança Eletrônica e VP Abralog, André Prado. Segundo ele, o grande diferencial de 2024 é a IA nas cadeias de logística. “A automatização de armazéns identifica e controla o estoque proporcionando uma forma mais fluida e precisa nas entregas. O uso da IA também agiliza o atendimento ao cliente”, pontua.
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